A fotografia de parto é um investimento. Um investimento em você mesma — na oportunidade de documentar sua força, seu poder e também sua vulnerabilidade. É um testemunho duradouro daqueles momentos de alegria, intensidade e angústia, acompanhados de apoio, perseverança, amor, sabedoria, dúvidas, admiração e espanto.

Todo ano, no meu aniversário, minha mãe me conta a mesma história — como entrou em trabalho de parto em casa, como minha avó trouxe uma rosa com um botão fechado, dizendo que aquele botão era a menina que estava prestes a nascer (uma previsão feita antes da era dos ultrassons e dos testes de gênero). Hoje, comecei a contar à minha filha a história do nascimento dela — partes que lembro com uma clareza vívida, e outras que só consigo acessar através de um véu turvo…

Sempre soube que nasci em casa e que havia algum tipo de registro desse momento, mas só lá pelos meus vinte e poucos anos me senti pronta para assistir ao vídeo — sem som, granulado e escuro — e desejei tê-lo visto antes. Ver a mim mesma naqueles primeiros instantes de vida foi algo incrivelmente surreal e maravilhoso.Recentemente, minha mãe apareceu com fotos daquele dia (fotos que eu nem sabia que existiam), e poder ver aquele ser escorregadio e atônito — meu “eu” recém-nascido — me conectou à minha própria história de uma forma que só as imagens conseguem proporcionar.

Sempre quis ser mãe. Mesmo — e especialmente — durante quatro longos anos de esperança e desespero nas minhas tentativas de me tornar uma.Nem sempre soube que queria ser fotógrafa, mas unir minha fotografia aos momentos finais da jornada de outras pessoas rumo à parentalidade tem se tornado, cada vez mais, algo que me compele profundamente.O trabalho de parto e o nascimento são estados de sonho — tão profundos e monumentais.